31 de ago. de 2009

Incerteza.


Me sinto só,

Angústia,
Tristeza, nervosismo
Me cansam, confundem

Vivo eterno desencontro
Escrevo escondido
O ombro pesa

Estou sozinho
Sou sozinho
Não sei o que fazer
Agora já sei
Depois, esqueci...

Tudo tão fácil,
Agora não mais

Fiz planos, projetos
E os esqueci
Perdi chances
Me mutilei,
Desesperei,
Deixei, esperei
Me iludi.

Não vivo no presente...
Ás vezes sim, mas...
Tão difícil

Tudo que quero
é fugir
Sempre fugir.

Desilusão.

Garota,
Me desculpe a pirraça
Não faço por mal
Não entenda errado
Apenas senti-me
Enganado...

Você não jogou limpo
Disse que faria diferente
Eu acreditei,
Não questionei

Na verdade,
Eu não queria muito
E não pediria tanto

Mas não...
Tudo que eu fiz
Foi te esperar
Enquanto sofria

E quando achei
Que você me diria
Qualquer coisa,
Você nada disse

Eu sofria...

Quando finalmente
Lhe falei
Você me diz
Coisa ou outra
Nada mais

Age na boa,
Mas não disfarça

Eu também não.

Sofro.

Guardo rancores
Da injustiça,
Do abandono,
Da mentira,

Do descaso,
Fraqueza e confusão
Que nunca param,
Nunca acabam...

Mesma história
A se repetir anos e anos
Conquista, paixão, espera,
Desencanto, solidão e dor
Na tentativa de esquecer

Sinto um leve desespero
Não sei o que fazer,
o que esperar...

Tenho medo do futuro,
Mágoas do presente,
Do passado,
Já me esqueci.

Me vejo cheio
De planos, vontades
Mudanças...
Algumas fáceis,
Outras tão difíceis

Quero liberdade
Compreensão,
Espontaneidade...
Fazer diferente
Sair, literalmente,
Daqui de dentro...
Deste contexto
Ilusão-solidão

Vida real


Saídas.


Hoje saí de casa

Céu limpo, clima ameno...
Trancafiado a tanto tempo
Sem tempo de ver
Tudo o que vi....

Portas trancadas,
Janelas fechadas
Umidade, modorrenta
Fumaça fria no ar

Solidão...

Não foi o que sonhei,
Nem o que esperava
Aqui não se vive...
Me sinto pequeno,
Acomodado, preguiçoso,
Limitado, a reclamar
Um jovem velho...
Ou um velho jovem

O mundo é mais,
A vida é mais
Há tanto
O que fazer...
Tanto a tentar!

Sair do lugar comum
Tantos problemas,
Problemas pequenos,
Casa, frio,
Solidão,
Os mesmos lugares
As mesmas pessoas
A velha mesmice

Do mesmo sempre...

Ausência.


Queria entender
Essa confusão
Eu me perdi
Em tuas mãos

Achei que seria diferente
Você me entenderia
Mas só fugiu,
Completo abandono

Esperava explicação
Queria você perto
Te chamava,
Te procurava

Tudo que me restou,
Solidão, abandono
Velhos conhecidos
Ainda repetidos

Versos de tristeza
Eu escrevia

Sofria calado
Te chamava...
Você nunca vinha
Nem me respondia

Passei uns dias
Me convencendo
De que não te queria
- Ora, você também não queria!

Até me convencer
De que não valia

Mas quando te vejo
Volta a confusão
O querer, o sofrer
A contradição
Impotência
Frente ao descontrole

Sensação de presença
Da ausência...