4 de out. de 2009

Solidão.


Mais uma tarde

Enlouqueço

Não quero mais cautela
Nunca sei se falei demais
Meu fardo, no momento
Tentar esconder o desespero,
Toda a carência que sinto

Vazio das tardes
Que sempre me assalta
Assusta, destrói
Tudo aquilo que construí
Parecia inteiro

Sinto falta do real
Do que me traga ao chão

Alguém,
Com quem eu possa ser
Eu mesmo

Alguém que exista,
E cure minha solidão

Desperto.


Não mudam

Certas coisas
Mesmas armadilhas de anos atrás
Silêncio, tensão...
Pergunta inesperada,
Resposta não-aceita

Novo recomeço, impossível
Disfarces, beijos, carícias
Não escondem nem camuflam
A dor, á mágoa...

Desfecho
Sempre o mesmo

Descontrole

Tudo ia tão bem...
Leve

Mas a pergunta
ah , maldita pergunta!
Rasteira ratoeira
Pegou-me com um rato
Infeliz
Abriu a ferida
De tantos anos passados

Põe-me em xeque
Faz-me duvidar
Coloca-me contra mim
Como tantos dias, tantos anos

Mas eu mudo
E fujo
Este jogo não quero mais
Escondo e espero

E o tempo leva embora
O gosto do desgosto
Que tua boca me deixou.

Abraço.


O abraço que não teve,

Nunca encontrou
Sentia falta, imaginava
Nunca o encontrou

A solidão nos braços,
em teus braços
Tudo o que queria:
Apenas uma abraço

Sem nada dizer,
Nenhum pensamento,
intento ou intenção.
E aquele abraço,
(que nunca teve)
Duraria para sempre.

Tudo & Nada.


Havia um vazio

E sempre existiria
Lhe diziam

Ele sabia
Não queria assumir
Lembrou do olhar
Do coronel
Que já não enxergava
Daqueles jovens adultos
Agindo como crianças
Das bebedeiras,
ás tantas da madrugada
Das mulheres e seus corpos,
e nada mais
Da solidão, do grupo
Da multidão.

Mente fértil,
Não dava sossego
Buscava a razão
De tanto sofrimento

Sonho, olhar de criança
Que ainda via o mundo
Com alguma esperança

Queria apenas acreditar...

Noites mal-dormidas,
Peso nos ombros
Ilusões,que não queria mais

Queria apenas não pensar
E tanta coisa errada ignorar...